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Escola das horas é o livro de poemas de Raiza Figuerêdo que verá a luz hoje 21/9 no Armazém São Jorge & Mocó Bistrô, Graças, Recife as 19 horas.

Por: REDAÇÃO PORTAL
O livro que foi editado pela Editora Patuá e o segundo do género da autora

Foto: Escola das horas é uma cartografia do tempo, pautada pelo exercício de estar atenta ao mundo. Imagem: reprodução.

21/09/2023
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Escola das horas é o livro de poemas de Raiza Figuerêdo que verá a luz hoje 21/9 no Armazém São Jorge & Mocó Bistrô, Graças, Recife as 19 horas.

O livro que foi editado pela Editora Patuá e o segundo do género da autora pernambucana que além disso é uma reconhecida psicóloga.

Escola das horas é uma cartografia do tempo, pautada pelo exercício de estar atenta ao mundo, ao outro e a si, objetos da criação literária. Um tom contemplativo permeia os versos, sobressaindo o estado de presença, fonte de poesia. Alguns personagens vêm à tona, como as rotinas, a casa, os lugares e as aprendizagens colhidas através dos estudos e da vida, como experiência.

Para o professor Lourival Holanda que escreve o texto da orelha, o livro “reúne uma seleta de textos nascidos entre 2018 e 2021, foi escrito para honrar a passagem do tempo e está permeado pelas experiências colhidas nos livros e na vida.  A simbologia da escola e do tempo expresso nas horas mostra que, para além de teorias, há certas coisas aprendidas apenas na vida, daí o tom contemplativo, presente nos textos e a busca pelo estado de presença, fonte de poesia e desafio a ser experimentado em tempos velozes. O livro é composto por poemas que vão do despertar ao dormir e o que acontece ao longo do dia, também é exercício para o criar poético, como uma cartografia das horas.  Os textos trazem, ainda, a vida em casa, no mato e na cidade, bem como alguns estão atravessados por inspirações psicológicas e filosóficas. Alguns poemas nasceram a partir de imagens, como a montanha, janela, cigarra e a natureza, sempre a natureza. Vejo essa obra como um portal, que me abriu temas e ideias, dos quais germinarão mais poemas”.

 

RAIZA FIGUERÊDO

Raiza nasceu em Salgueiro, sertão pernambucano, no verão de 1989. Reside entre o Capibaribe (rio)-mar e a montanha agreste, Recife e Gravatá, ou a cidade e o mato.

Em 2019, lançou o livro O coletor, que recebeu voto de aplauso da Alepe. Publica textos literários e acadêmicos em diversas coletâneas. Escreveu crônicas para o jornal recifense “Por aqui News” na coluna “Enquanto caminho. Doutora em Psicologia (UFPE), professora-pesquisadora em Psicologia da Arte, psicóloga e arteterapeuta. Estuda os processos criativos na literatura. Criou o grupo de estudos Psicologia e Literatura.

 

Três poemas de Raiza Figuerêdo.

 

ecossistema doméstico

 

vigio formigas na cozinha

querem comer o pão de cada noite

faço simpatias para afugentá-las

ou tento conviver em harmonia

debaixo do mesmo teto

será possível?

lembro das lições da escola

sobre cadeia alimentar e lei da selva

formigas

ávidas por carboidratos e açúcares

que matam a mesma fome

que nos une

 

***

 

solilóquio depois de ver o sol

 

velhos colhem folhas secas na calçada

apesar de não ser outono

habitam castelos que parecem desabitados

com vitrais-janelas para o mundo:

são dentro-fora e colorem a paisagem

das casas de dois andares, palacetes perdidos no [tempo

vestindo jardins na porta da frente

quintais vigiam muros e velam o sono

dos que sossegam, em pausas

olhos que fecham, no correr das horas

cabeceiras de cama são guias

e o silêncio da mente

invade

 

***

 

transitar

 

sou bicho do mato sertão

nativa e criada no árido e distante lugar

vivo bem nos campos, gosto da calmaria

de tudo parado, da vida acontecendo

quando pode parecer que não

é que a natureza trabalha em silêncio

no rito da magia

gosto de ouvir os pássaros

e pedir conselhos ao vento

mas aprendi a transitar

entre o mato e a cidade

quando fui correr atrás de sonhos na metrópole

sou trânsito

entre agrestes e urbes

sertão, montanha e além-mar

espalha-se o meu ser

aprendiz do carpe diem

colho o dia

Horácio, velho poeta

bebo de sua sabedoria milenar

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